terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Workshop de tubarões no Senegal

A semana passada estive em Dakar, Senegal a dar aulas durante mais um workshop sobre a Identificação, Biologia e Conservação de Tubarões e Raias na Costa Oeste Africana.
Tenho ido aos países da região desde 2004 para contribuir para estes workshops, como o objectivo de tentar melhorar a recolha de dados de pesca artesanal de tubarões da região. O primeiro workshop foi na Mauritânia e a partir daí têm sido no Senegal todos os anos.


Dakar é a maior cidade da região centro-oeste Africana com mais de 2 milhões de habitantes. É uma cidade movimentada e confusa, mas ao mesmo tempo divertida e que vibra de vida de dia e noite. Andar de carro em Dakar é sempre uma aventura e andar de táxi é particularmente interessante.

Num dos dias do workshop fomos fazer uma visita de campo a locais de desembarque de peixe na costa Senegalesa a sul de Dakar. Paramos em dois portos grandes, Mbour e Joal e depois descemos até Djiffere, já bem próximo da Gâmbia para ver a captura de tubarões e raias pela pesca costeira artesanal.



Depois do workshop tirámos 1 dia livre e fomos passear á Ilha de Goree em frente a Dakar. A ilha de Goree é actualmente património Mundial da UNESCO. Fica a apenas 20 minutos de ferry de Dakar e vale bem a pena fazer essa pequena viagem para visitar a ilha.


Os primeiros Europeus na ilha de Goree foram os Portuguese e é interessante reconhecer o estilo Português na arquitectura das casas da ilha.

A ilha de Goree era um importante zona para o comércio de escravos que eram enviados para as Américas e hoje em dia é um local onde muitas pessoas vêm reflectir sobre esse período da história. Um local a não perder é a Maison des Esclaves, que hoje em dia é um pequeno museu sobre a história da escravatura Africana.


Mas o dia de passeio chegou ao fim rapidamente e tivemos de voltar para Dakar e nessa mesma noite para os US.



Abraços,
Rui

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Thanksgiving

Na semana passada foi o Thanksgiving, que é o dia em que os Americanos agradecem tudo o que aconteceu de bom durante o ano. É um feriado especial para os Americanos, porque é a maior festa anual em que as famílias se reúnem. Tradicionalmente comem peru ao almoço e depois passam o resto da tarde a ver jogos de futebol americano e a beber cerveja.

Como tivemos 2 dias livres, decidimos ir até Key West na ponta Sul da Florida. Optámos por descer a costa da Florida pelo lado do Golfo de México e passar pelos Everglades. Os Everglades são uma enorme reserva natural protegida no Sul da Florida. É uma zona húmida que mistura mangal com pântanos e é muito famosa pelos crocodilos e pelas aves.




No dia seguinte chegámos a Key-West. Está a mais de 500 milhas (800Km) de Gainesville, ou seja, ir de nossa casa até Key-West é quase como atravessar a Península Ibérica. Ir a Key West é mesmo ir até ao fim da estrada e fica a apenas 90 milhas de Cuba.


Na zona das Keys existe uma sub-espécie de veado endémica, ou seja, que não existe em mais lado nenhum do mundo. É parecido com um veado mas mais pequeno, e actualmente é uma espécie ameaçada e protegida pelo estado da Florida. Nós tivemos a sorte de ver um num fim de tarde à beira da estrada.

Mas Key west é sobretudo conhecido pelo ambiente relaxado e de festa constante. Na rua é normal ver personagens como este que era verdadeiramente o homem de todos os instrumentos. Fiquei tão impressionado que até lhe deixei um par de dólares.


Outro bicho que também é normal andar pelas ruas das keys são galinhas selvagens. Pelos vistos houve uma quantas galinha de cativeiro que fugiram á muitos anos e tiveram sucesso por isso actualmente andam montes de galinhas todas contentes a passear pela rua. È um bocado estranho mas suponho que assim, se for preciso, ninguém morre de fome…

Mas mesmo com galinhas e outras aves raras, a cidade de Key West é bastante agradável e parece ser um local catita para se viver.




A maneira mais eficaz para andar por Key West é mesmo a pedalar. A cidade é relativamente pequena e plana, por isso alugamos umas “pasteleiras” e fomos passear pela cidade. E não, eu não andava perdido… O mapa é que estava errado… Um homem nunca se perde e nunca pára para perguntar direcções… Nem mesmo de bicicleta...


Ao fim da tarde, as pessoas reúnem-se numa praça á beira-mar e ficam a olhar para o pôr-do-sol. Nós em Portugal estamos muito habituados a ver o pôr-do-sol no mar, mas nem nos lembramos que isso é uma coisa rara, que apenas se vê em poucos locais do mundo. A maioria dos Americanos que vivem na costa Este Americana numa viu um pôr-do-sol no mar e as Florida Keys são um dos poucos locais onde isso se pode ver. È realmente bonito é quando voltar a Portugal vou-me esforçar por ir passar uns fins de tarde à praia ver o sol a “derreter-se” na água do mar.


Aproveitei a luz de fim do dia e a minha máquina fotográfica, a.ka. "a bomba", para tirar umas fotos á Joana. Ela passa a vida a queixar-se que eu só fotografo paisagens e animais e nunca tiro fotos a pessoas, por isso aqui ficam 2 dela nesse fim de tarde á beira-mar, a olhar para o pôr-do-sol em Key West na Florida.




Enfim, foi um fim-de-semana muito bem passado e das poucas vezes que pudemos tirar 2 dias de férias para ir passear pela Florida.
Abraços,
Rui

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Meteor

No mês passado estive num cruzeiro científico na costa Oeste Africana a bordo do Meteor, um navio científico Alemão, e decidi colocar uma notícia para mostrar umas fotos da viagem.
Começamos em Las Palmas no dia 23 de Outubro com o objectivo de navegar para Sul até ao Mindelo, em Cabo Verde.

O principal objectivo de estudo era um monte submarino a cerca de 60 milhas a NE da ilha do Sal chamado Senghor. O Meteor é um navio bem grande (cerca de 100m) e a minha casa/cabine durante 30 dias era muito fixe.

Meteor em Las Palmas, Ilhas Canárias


A minha casa/cabine durante 30 dias

O começo da aventura, a sair de Las Palmas.

O Senghor é uma montanha subaquática cuja base está a cerca de 3000 m de profundidade e que se eleva até chegar a apenas cerca de 100m de profundidade. Pelo caminho paramos numa estação de referência a norte, para termos um ponto de comparação com o Senghor. Nesta estação de referência fizemos 2 arrastos de grande profundidade a cerca de 3300m de profundidade e foi muito interessante. Para mim foi a primeira vez que tive oportunidade de fazer arrastos tão fundos e realmente a biodiversidade nestas planícies abissais é fascinante.

A separar a captura do arrasto de profundidade


Biodiversidade aos 3000 m de profundidade.

Já no Senghor fizemos uns quantos lances com palangre (anzóis) e com arrasto de vara. Deu para apanham uns quantos dos meus amigos tubarões, incluindo 2 exemplares de tubarões lanterna do género Etmopterus.
Aparelho de anzol preparado para ser lançado á agua


Um exemplar de tubarão lanterna (Etmopterus pusillus) capturado a cerca de 500m de profundidade.
Ao longo da viagem vimos alguns animais interessantes, incluindo tartarugas, mantas, tubarões oceânicos e aves. Aqui fica a foto de uma tartaruga marinha já próximo de Cabo Verde, que passou umas horas a passear curiosamente à volta do barco.

Outro detalhe que não é de descurar é o facto de o barco ser tão grande que até dava para ter uma piscina no convés. Nós andámos nos trópicos e estava bastante calor, por isso sabia bem ter a piscina para relaxar um bocado depois de um árduo dia de trabalho.


Finalmente, passados 30 dias de mar chegamos ao Mindelo em Cabo Verde. A adaptação de novo à terra foi difícil, e ao principio parecia que tudo balançada e se mexia.

Enfim, foi uma viagem muito divertida e apanhamos alguns peixes bem interessantes. Tive oportunidade de conhecer cientistas de outras áreas e isso é sempre interessante. Para o próximo ano há mais…

Abraços,
rui

domingo, 6 de setembro de 2009

Game Day

Olá,
Ontem fomos ver o 1º jogo da temporada de college football. Os Gators foram campeões nacionais no ano passado e este ano as expectativas são altas. Este primeiro jogo foi contra uma equipa bem fraquinha, os Charleston Southern Buccaneers. O estádio (the swamp) estava completamente cheio com números oficiais de 90 621 espectadores.

Até a Joana foi convencida a ir ao jogo e não parou de gritar o tempo todo.

A marching band da Univ. Florida tocou umas quantas musicas antes do jogo começar para entusiasmar os fans. Enquanto iam tocando iam fazendo desenhos no estádio, como este a dizer Gators

E este dizer UF

Eles fazem as coisas tão bem e numa escala tão grande, que quando fizeram o desenho da Florida um avião da força aérea passou mesmo por cima do estádio para comemorar o inicio da temporada. Enfim, neste país se é para se fazer, então faz-se bem.

Depois deste inicio, o jogo lá começou. Como era de esperar os Gators não deram nenhuma hipótese e no final ganharam 62-3.






Abraços,
Rui

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

AES in Portland

Ola de novo,

A semana passada estivemos em Portlant, Oregon na reunião anual da sociedade Americana de Elasmobrânquios. Foi muito divertido e produtivo. A Joana estava um bocadinho nervosa com a apresentação dela, mas correu tudo bem. A cidade é bastante bonita e parece ser um local excelente para se viver.




Uma zona da cidade que conseguimos visitar foi o Chinese Garden, que é um antigo e relaxante jardim Chinês mesmo no meio da cidade. É bastante interessante, sobretudo nos dias de calor excessivo que tivemos em Portland

Claro que estava a ser o beer-festival na cidade e aproveitamos para ir experimentar beber umas jolas locais. Portland tem mais de 70 produtoras locais de cerveja e sentimo-nos na obrigação de experimentar umas quantas e dar a nossa opinião...


No final da conferencia fomos ao tradicional banquete e celebramos uma semana de muito trabalho e boas apresentações...

Abraços e até breve

Rui